As 5 etapas da crise empresarial
Alberto Fernando Becker Pinto
Publicada em 28/05/2019 - Revista Expansão
Não existe fórmula universal para o sucesso de uma empresa. Se alguém descobriu,guardou segredo. Este tesouro não se encontra nos manuais administração, nem nos cursos de empreendedorismo da moda.
Pode-se dizer que tal empresário teve sucesso em negócios diferentes. De fato, não é por acaso. Há, sim, princípios, formas de ver o mundo, práticas de governança que explicam o êxito destes - fora da curva - empreendedores visionários. Estes Outliers são exceções (e não aplicam indiscriminadamente sua metodologia, escolhendo o campo de batalha).
Contudo, na lei das médias, se as empresas não prosperam pelas mesmas razões, elas quebram parecido. Não nas causas (multifatoriais), mas no “como”, percorrendo verdadeiras etapas da crise. Há anos notamos tal fenômeno. Na esperança de ajudar quem esteja vivendo um momento difícil a identificar onde se encontra e agir para evitar o pior, precisamos falar disso.
A primeira etapa é o Desconhecimento. Quase sempre, problemas surgem por descontrole. Instala-se, mas não é percebido. A encrenca se desenvolve até ser identificada. Então, surge a segunda etapa: a Negação, a qual é comumente identificada por seus clássicos “no próximo mês vai ter um REFIS”, “depois da eleição o mercado melhora”, “o ano só começa depois do carnaval” etc.Esses clichês não ajudam em nada, e o tema vai causando estragos demais para serem negados.
É aí que, geralmente, começa a terceira etapa, que, lá no escritório, apelidamos, carinhosamente, de Síndrome de Super-Homem. É normal ouvirmos expressões como “abri a fábrica há 30 anos, eu que vou resolver ”, “ninguém conhece a minha empresa melhor do que eu”. Raramente isto funciona, assim, em seguida, inicia-se a quarta etapa: a busca por Auxílio Externo, com profissionais chamados para “apagar incêndios”. Se o socorro vem a destempo, e os danos forem irreversíveis, chegamos à quinta etapa, a morte da empresa, a Falência.
Toda empresa é reflexo da mentalidade de seu dono. Enquanto acreditarmos que o governo fará algo para nos ajudar, atribuirmos a fatores externos a tarefa de construir nossas soluções ou acreditarmos que temos que resolver tudo sozinhos sempre, que é feio pedir ajuda, infelizmente, estaremos condenados a cumprir o roteiro da crise, exatamente como o apresentamos, como uma profecia. Temos que romper com este ciclo. É claro que a história de uma empresa é algo inspirador, e deve ser respeitado.Porém, como disse Einstein: nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo grau de mentalidade que o criou. Fazer o que é preciso é questão de escolha.